NSA: diga adeus aos dias de liberdade e privacidade na internet

200px-National_Security_Agency.svg Cuidado, muito cuidado... Nós sempre desconfiamos de que todos os nossos passos estavam sendo rastreados na internet pelos órgãos de espionagem governamentais. A partir de agora, isso sai do terreno da especulação e entra no da certeza: está sendo construída no deserto de Utah a sede da NSA (Agência Nacional de Segurança) dos Estados Unidos, cuja função é saber tudo o que fazemos na rede mundial de computadores.


A internet começou promissora. Livre, democrática, espontânea, era o símbolo dos novos tempos pós-modernos (sejam eles louváveis ou não), onde as barreiras vão sendo quebradas — a começar pelo Muro de Berlim. Mas nos últimos tempos, a sanha do autoritarismo e da patrulha dos governos do Ocidente ameaçou a privacidade dos internautas pelo mundo afora. O Congresso americano, logo ele, bastião da retórica da liberdade e da democracia, discute leis com acrônimos esquisitos — PIPA e SOPA — para censura e controle da internet sob o pretexto de defender a propriedade intelectual.

Megaestrutura de espionagem está sendo construída nos Estados Unidos

Mas agora a coisa ficou séria pra valer: os Estados Unidos estão criando no meio de deserto de Utah, ao custo de 2 bilhões de dólares, um sistema de controle oficial do governo, com previsão de pleno funcionamento para setembro de 2013, cuja função é monitorar e armazenar dados de governos, entidades, e até de pessoas como você e eu. É o novo complexo da Agência Nacional de Segurança (NSA)
spy Mas que “dados” seriam esses? Tudo, isso mesmo, tudo o que fazemos na internet. Fez compras com o cartão? Eles saberão quando e o quê; fez algum comentário “perigoso” numa rede social? Vai direto pros computadores da agência. Mandou um e-mail? Idem. Acessou um site? Eles saberão.

Essa onda de controle à la Big Brother (não o idiota programa da Globo, mas o sistema de vigilância de George Orwell no livro 1984) que faz os EUA não ficarem devendo nada às teocracias islâmicas começou justamente com o ataque às torres gêmeas do WTC. A partir de então a vontade irresistível de invadir a privacidade das pessoas tomou conta do governo, sob o pretexto de caçar “terroristas”.
Até que ponto devemos permitir que nossas vidas sejam fuçadas e reviradas desse jeito? Tudo bem que um número não pequeno de pessoas por livre e espontânea vontade já expõe suas vidas na rede, informando desde onde estão neste momento até a cor das suas peças íntimas de roupa. Mas me parece que liberdade e democracia — mesmo que em muitos casos estejam apenas no campo da retórica —, conquistas tão caras de um passado não muito distante ao custo de sangue, estão sendo atacadas todos os dias por quem alega defendê-las. Parece que os dias de internet livre, se é que um dia elas foram livres de controle, estão prestes a virar coisa do passado. Bem vindos à sociedade de vigilância.





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